Surge a Rede Globo

Em 14 de março de 1952 iniciava as atividades da TV Paulista (canal 5), funcionando na Rua da Consolação em São Paulo, criada pelo deputado federal Oswaldo Ortiz Monteiro.

Dentre suas atrações, destacava-se a telenovela Helena, ambientada no ano atual (1952) já que não havia recursos para cenários e figurino. A emissora possuía ainda um telejornal, programa de entrevistas, musicais, programação infantil e até circense com o palhaço Arrelia.

A direção passava de mão em mão e não havia muitos profissionais que entendessem dessa mídia e os poucos funcionários faziam um pouco de tudo na emissora.

Em 1954 o dono da Rádio Nacional de São Paulo, o radialista Vitor Costa, entra para a sociedade através da compra de ações da Tv Paulista e inicia a contratação de vários profissionais de comunicação conhecidos como Hebe Camargo, Ronald Golias, Ângela Maria, Consuelo Leandro e vários outros que viriam a formar uma equipe excelente para elevar o status da emissora. Apresentavam teatro ao vivo, o programa Praça da Alegria (com Manoel de Nóbrega), Musicais em palco giratório e mais...

Tudo ia bem até que em 1960, morre Vitor Costa. O ocorrido lamentavelmente permitiu que assumissem seus familiares que pouco ou nada entendiam do negócio. Com o passar do tempo, podia-se notar que as tecnologias ficaram ultrapassadas, que alguns métodos operacionais foram desastrosos e que a falta de investimentos causava, além de problemas técnicos, a perda de profissionais. Após tantas falhas administrativas, a empresa entra em decadência e é adquirida pelo senhor Roberto Marinho.

Os herdeiros de Oswaldo Ortiz Monteiro ainda tentam reverter judicialmente essa venda, tendo em vista que a transferência da emissora para as Organizações Victor Costa nunca foi regularizada, ou seja, Victor Costa Junior vendeu a Roberto Marinho algo que não era legalmente seu. Além disso, os 673 acionistas minoritários, que juntos detinham 48% do capital da empresa, FORAM ENGANADOS, já que Roberto Marinho se apropriou de suas ações de modo irregular em 1975, declarando-os "mortos" ou "desaparecidos" no recadastramento societário.

Com a autorização do Dentel, órgão do Ministério das Comunicações, houve o confisco das ações sob a forma de subscrição por valor unitário de Cr$1,00 (um cruzeiro) por ação, transferidas para o nome de Roberto Marinho, em Assembleia Geral Extraordinária presidida por ele próprio, o que fez de Marinho o único proprietário da estação.

Na década de 90, após a morte de Oswaldo Ortiz Monteiro, a sua família começou a investigar a fraude na compra da emissora. Uma pericia feita em 2003, descobriu que as assinaturas do contrato foram falsificadas e incluíram desde nomes de pessoas falecidas antes da transferência até o uso de máquinas de escrever que ainda não existiam na época da suposta transferência.

Mesmo assim, com todas essas irregularidades, no dia 24 de Agosto de 2010, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) considerou válida a compra da TV Paulista por Roberto Marinho que aproveitando os direitos de telecomunicações descartaria a fraca estrutura e em seu lugar montaria o maior império de comunicação, controle de inteligência e manipulação política jamais visto antes. Nascia a Rede Globo de Televisão.